segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Resenha - Da chave de fenda ao laptop - tecnologia digital e novas qualificações: desafios À educação

Neste livro, Lucídio Bianchetti conduz à discussão dos desafios representados, não só pelos avanços científicos e tecnológicos, mas, também, pela velocidade com que tais avanços se produzem, assim como pela sua rápida incorporação à vida pessoal e social. No dia-a-dia de qualquer pessoa, seja no trabalho, seja na execução de tarefas rotineiras, seja no lazer, os meios, os equipamentos, as interfaces, bem como os próprios conteúdos foram ou estão sendo celeremente digitalizados. Trata-se de aprender a conviver tanto com as inovações tecnológicas quanto com os desafios e problemas que elas suscitam, de modo que o país não incorra em atraso ou dependência tecnológica.

Mostra-nos que essa inovação se deu antes por rupturas e gerou conseqüências dolorosas para os trabalhadores, não para a empresa. O processo de desenvolvimento tecnológico dos meios de transmissão partiu dos antigos fios de cobre, passou pelo rádio, pelo satélite, chegando à fibra ótica, como uma revolução ímpar, uma vez que, pela digitalização de todo o processo, voz, imagem e dados, a transmissão passou em bits e tornou-se possível a sua conversão em sistema binário.

Aprofunda-se no exame da passagem da tecnologia analógica à digital no setor de telecomunicações, seu objetivo não é apenas o de conhecer o desenvolvimento dessa mesma tecnologia, mas seus desdobramentos em termos da qualificação dos trabalhadores que atuam numa empresa estatal de ponta do setor. Nesse novo contexto pessoas e instituições, com destaque para a escola, são levadas, por opção ou pela compulsoriedade a que são submetidos todos aqueles que pretendem manterem-se coetâneos ao seu tempo, a rever formas, métodos de ensinar e aprender, uma vez que a tradição, a experiência e a formação/treinamento pontual deixaram de ser critério de qualificações para a vida/trabalho.Aderir-se, apropriar-se, fazer uso individual e coletivo dessas criações humanas que representam as possibilidades de domínio de quantidades de informações jamais pensadas e de novas formas de cruzá-las e ampliar a sua utilização.

No entanto, o livro mostra que existem duas verdadeiras barreiras, se não a impedir, pelo menos a dificultar que todos os países e todas as pessoas tenham acesso, possam desfrutar dos benefícios que as novas tecnologias da inteligência já criadas poderiam disponibilizar: são barreiras de ordem objetiva e subjetiva. As primeiras referem-se à nova divisão internacional do trabalho em que há países que produzem tecnologia e outros que são "incluídos" no mundo globalizado, na condição de consumidores.

O autor focaliza e analisa com maior fervor as barreiras de ordem subjetiva. No que se refere ao baixo nível de instrução e de educação do conjunto da população causado pela necessidade de luta renhida pela subsistência e pelo pouco investimento público em educação, são esses fatores que dificultam a absorção e utilização de novas tecnologias, quanto mais a criação; às resistências individuais e de grupos às inovações no processo educacional e de trabalho. Juntamente com as barreiras de ordem objetivas formam um conjunto de fatores que permite entender o atraso, o subdesenvolvimento, a inserção tardia e a dependente do Brasil no cenário mundial, resultando na exclusão individual e coletiva.

As vantagens das tecnologias digitais, para a empresa e para os usuários, foram muitas, seja pela redução da exigência de espaço físico, do tamanho dos equipamentos, pela diminuição dos custos de fabricação e manutenção, seja pela rapidez, confiabilidade, e até pela ampliação do leque de serviços. Para os trabalhadores, esse processo inovador trouxe consigo mudanças profundas no número de empregados e na qualificação deles exigida. Os técnicos, que continuaram na empresa, foram obrigados a abdicar de sua qualificação anterior e construir uma outra, com base em novos parâmetros. Segundo Bianchetti, foram obrigados não a uma simples troca de habilidades, mas a construir uma nova síntese, em outro patamar, com desafios e aplicações bem diversas das anteriores.

Fica claro na análise de Bianchetti que a passagem do sistema analógico para o digital nas Tecnologias de Informação e Comunicação se deu inicialmente por rupturas; mas que as contínuas inovações, que estão acontecendo no interior das tecnologias digitais, se desenvolvem pela fusão e estão imprimindo uma velocidade inédita ao processo de mudança.


Através do livro faz-se um relato e análise do processo e dos resultados das transformações tecnológicas, organizacionais e gerenciais de uma empresa de telecomunicações. A determinação de, num curto espaço de tempo, os trabalhadores terem que se adequar aos novos desafios de reestruturação produtiva, nos seus aspectos tecnológicos e organizacionais. Analisa-se as novas tecnologias de informação e comunicação e seu papel estratégico no redimensionamento das categorias de espaço e tempo. Focalizam-se também as relações entre informação e conhecimento, alertando para a facilidade com que são aprendidas como equivalentes. Por fim, faz-se uma crítica ao conceito "sociedade do conhecimento", tão em voga atualmente.

2 comentários:

Graci disse...

Realmente é um livro bastante interessante, pois analisa a "convergência" das competências dos trabalhadores acostumados com os métodos analógicos de trabalho, que são submetidos em um piscar de olhos à digitalização dos equipamentos e consequente mudança radical nos conheicmento necessários para operá-los. A velocidade com que as transformações ocorrem muitas vezes fazem com que pessoas paguem o preço com seus empregos, pois se não se atualizarem rapidamente, são substituídas por outras ou até mesmo por máquinas que fazem suas tarefas mais rapidamente, de forma mais efiente e mais lucrativa. Enfim, são questões que precisam ser pensadas, pois mesmo que sejam situações inevitáveis, não deixam de afetar vidas, exigindo que estas transições sejam melhor administradas.

Anônimo disse...

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